A hemorróida é, sem sombra de dúvidas, uma das partes do nosso corpo mais injustiçada. Pelo senso comum, ela é responsabilizada por qualquer sintoma da região anal. Todo dia escuto o pedido: “doutor, quero dar um fim na minha hemorróida!”. E a resposta é sempre a mesma: “Impossível. Você a possui desde o nascimento e vai morrer com ela”. A primeira reação obtida é a de estranheza, e com toda razão. Vamos entender a diferença entre hemorróida e doença hemorroidária?
Por definição, hemorróida é uma região anatômica presente no canal anal. Trata-se de um conjunto de vasos sanguíneos e fibras musculares que possuem a função de auxiliar na continência fecal, ou seja, ela auxilia a evitar o escape de fezes e gases durante o esforço.
Já a doença hemorroidária é quando a hemorroida encontra-se inflamada, podendo ou não manifestar sintomas. Antes de falar sobre os sintomas, é importante classificarmos a doença hemorroidária em interna e externa, já que a sintomatologia é dependente do local da inflamação. Hemorróida interna é aquela que localiza-se acima da linha denteada (figura a baixo) e hemorróida externa é aquela que está abaixo da linha denteada.
.Dito isto, vamos para os principais sinais e sintomas: Hemorroidas internas: sangramento de cor “vermelho vivo” e prolapso hemorroidário. Hemorroidas externas: dor, coceira, nodulação perianal (“caroço”) que dificulta a higienização.
Sabe-se que a origem da doença hemorroidária é uma combinação de múltiplos fatores diferentes:
- genética;
- constipação (“intestino preso”);
- força ao evacuar;
- muito tempo sentado no vaso sanitário;
- gravidez;
- tosse crônica;
- sedentarismo;
- tabagismo, etc.
O diagnóstico é realizado através de anamnese e exame físico adequado, de preferência com o coloproctologista. Para o senhor (a) que acha que o diagnóstico adequado é realizado durante a colonoscopia, saiba que está equivocado (a)! É no consultório médico que é feita a anuscopia, exame proctológico que permite o correto estudo do canal anal, sendo possível diagnosticar a doença hemorroidária assim como os seus principais diagnósticos diferenciais.
O tratamento sempre se inicia modificando os hábitos de vida:
- Praticar atividade física, ingerir no mínimo 2 litros de água/dia, ter uma alimentação rica em fibras, evitar o consumo de alimentos processados e condimentados, etc.
- Cuidados na hora de evacuar é também de suma importância: evite o uso de celulares ou revistas durante a evacuação, sempre respeite o desejo de evacuar, evite o uso de papel higiênico – sempre dê preferência para a ducha higiênica.
Se persistência da doença hemorroidária, apesar da mudança dos hábitos higienodietéticos e do correto uso de medicamentos prescrito em consultório médico – não vale o remédio do vizinho ou aquele que você comprou sem receita médica, hein? –, temos que pensar em outras formas de tratamento. Temos aqueles classificados em ambulatoriais, realizados no próprio consultório médico, e o cirúrgico: a hemorroidectomia.
Assunto para discutirmos uma outra hora, ok?
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